Processo de envelhecimento e o papel da nutrição especializada

Favoritar

Envelhecer faz parte de um processo universal e inequívoco para a maioria dos seres vivos. Com o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento populacional já pode ser considerado uma realidade no Brasil. Espera-se que, em 2050, as pessoas acima de 60 anos representem 25 a 29% da população brasileira.1

 

Referência

1. Living longer: how our population is changing and why it matters, Office for National Statistics. 13 august 2018. 

Diante desse cenário, e considerando que o processo de envelhecimento frequentemente pode ser associado a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), é possível que enfrentemos uma situação problemática nos próximos anos, com o colapso dos sistemas de saúde.2 Frente a essa nova realidade, recomenda-se uma atenção especial.

 

 

Saúde do sistema musculoesquelético

Os ossos e os músculos são os principais componentes do sistema musculoesquelético, e a saúde de ambos é um componente importante do envelhecimento bem-sucedido. Alterações relacionadas à idade, como as estruturais de ossos e músculos, doenças crônicas e as mudanças no estilo de vida relativas ao consumo dietético inadequado, ao sedentarismo e à privação de sono, têm um impacto relevante na saúde musculoesquelética. Por sua vez, a má integridade osteomuscular predispõe ao declínio funcional, aumento das incapacidades, dependência, quedas, dor, altos custos com assistência médica e mortalidade precoce.3

O sistema musculoesquelético passa por mudanças progressivas durante o envelhecimento, sendo este um sistema nobre e essencial para o movimento humano, responsável por 60% das reservas de proteínas do corpo. Nenhum declínio de estrutura ou função é mais dramático do que a perda de massa muscular que ocorre com o avanço da idade. No entanto, a fraqueza muscular frequentemente é subestimada e não costuma ser associada às causas de mortalidade em idosos, apesar de ser consistentemente descrita como um fator de risco independente e significativo para a alta mortalidade nessa população.6

A perda de massa óssea se inicia precocemente na vida adulta, por volta da 3ª ou 4ª década, acentuando-se durante a senilidade. Uma vez atingido o estado de osteoporose, aumenta-se o risco de fraturas por traumas de baixa energia. A fratura da região do quadril é a situação mais grave, levando à incapacidade física e aumentando o risco de morte.7

Diversas evidências sobre essa relação complexa levaram à formulação do conceito de unidade osso-músculo. Assim descrito, a força muscular máxima está fortemente relacionada à massa óssea.7 Manter a função muscular é vital para a manutenção da independência física,8 sendo que a força e a massa muscular, juntamente com o desempenho físico, têm seus próprios efeitos distintos na saúde e nos resultados econômicos dos indivíduos e da sociedade.9

 

 

Proteínas, necessidades e anabolismo muscular 

O sistema musculoesquelético é importante na regulação da saúde metabólica de todo o corpo, sendo responsável pela maior parte da eliminação de glicose pós-prandial e pelo fornecimento de substratos para outras necessidades energéticas de tecidos, como o de aminoácidos para a realização da gliconeogênese hepática durante períodos de jejum. Falhas nesses processos podem levar a perturbações na homeostase, como a hiperglicemia e catabolismo muscular.10 

Dada essa importância, a suplementação nutricional tem sido estudada como uma das melhores estratégias para reverter a perda muscular associada ao envelhecimento.11 Isso porque, quando pensamos em cuidados com os idosos, o aporte proteico-calórico é fundamental para a manutenção da saúde.12

Estudos recentes têm se concentrado na identificação da quantidade ideal, do tempo e do tipo de proteína para a prevenção da perda de massa magra e força muscular desses indivíduos. 

As necessidades diárias de proteína nessa faixa etária são de 1,0 a 1,2 g de proteína/kg/dia, sendo seu incremento recomendado para idosos com doenças agudas ou crônicas (1,2 a 1,5 g de proteína/kg/dia) e doenças graves, lesões ou desnutrição (2,0 g de proteína/kg/dia).12 

A ingestão adequada de proteínas por meio da suplementação especializada associada e de planos alimentares individualizados e regionalizados têm sido fatores nutricionais importantes para a manutenção da independência desses idosos, principalmente por prevenir a fragilidade e suas comorbidades.12

 

E-book: O processo de envelhecimento e o papel da nutrição especializada

Diante das necessidades apresentadas, a Danone, em parceria com os doutores Marcelo Starling e Lucas de Castro, além de um time de seis nutricionistas especialistas no assunto, desenvolveu o e-book O processo de envelhecimento e o papel da nutrição especializada.  

O material tem como objetivo chamar a atenção para a problemática do envelhecimento, com destaque para doenças como sarcopenia e obesidade sarcopênica, ao mesmo tempo em que traz luz ao conhecimento da prática clínica, por meio de casos clínicos, planos alimentares considerando as especialidades das regiões do Brasil, recomendação proteica, importância da suplementação nutricional, além de receitas nutritivas com Nutridrink Protein. Tudo para auxiliá-lo na orientação nutricional a seus pacientes de maneira simples e eficaz. 

 

 

Referências

1. Living longer: how our population is changing and why it matters, Office 

for National Statistics. 13 august 2018. 

2. Prince, Martin et al. World Alzheimer Report 2015: the global impact of dementia: an 

analysis of prevalence, incidence, cost and trends. London: Alzheimer’s Disease International, 2015. 

3. Mijnarends DM, Luiking YC, Halfens RJG, Evers SMAA, Lenaerts ELA, Verlaan S, Wallace M et al. Muscle, health and costs: a glance at their relationship. J Nutr Health Aging. 2018;22(7):766-773. 

4. Coll PP, Phu S, Hajjar SH, Kirk B, Duque G, Taxel P. The prevention of osteoporosis and sarcopenia in older adults. J Am Geriatr Soc. 2021;1-11. 

5. Demontis F, Piccirillo R, Goldberg AL, Perrimon N. Mechanisms of skeletal muscle aging: insights from Drosphila and mammalian models. Disease Models & Mechanisms 6, 1339-1352 (2013). 

6. Rosenberg IH. Sarcopenia: origins and clincial relevance. J Nutr. 1997 May;127(suppl)990S-991S.

7. Goodpaster BH, Park SW, Harris TB, Kritchevsky SB, Nevitt M, Schwartz AV. The loss of skeletal muscle strength, mass, and quality in older adults: the health, aging and body composition study. Journal of Gerontology: Medical Sciences 2006. Vol 61A, No 10, 1059-1064. 

8. Gomarasca M, Banfi G, Lombardi G. Myokines: the endocrine coupling of skeletal muscle and bone. Advances in Clinical Chemistry. 2019 Elsevier Inc. 

9. Burton LA, Sumukadas D. Optimal management of sarcopenia. Clinical Interventions in Aging. 2010: 5 217-228.

10. Wilkinson, Daniel J.; Piasecki, M.; Atherton, Philip J. The age-related loss of skeletal muscle mass and function: Measurement and physiology of muscle fibre atrophy and muscle fibre loss in humans. Ageing research reviews, v.47, p. 123-132, 2018.

11. Oktaviana, J et al. The effect of β-hydroxy-β-methylbutyrate (HMB) on sarcopenia and functional frailty in older persons: a systematic review. The journal of nutrition, health & aging, v.23, n. 2, p.145-150, 2019.

12. Lonnie M, Hooker E, Brunstrom JM, Corfe BM, Green MA, Watson AW, et al. Protein for Life: Review of Optimal Protein Intake, Sustainable Dietary Sources and the Effect on Appetite in Ageing Adults. Nutrients 2018, 10, 360.

 

*Nutridrink Protein contém nutrientes aliados no ganho de força, disposição e imunidade. Conteúdo técnico-científico destinado a profissionais da saúde. Proibida a reprodução total e/ou parcial. A LINHA NUTRIDRINK NÃO CONTÉM GLÚTEN. Junho/2024.

Faça seu cadastro e tenha acesso a conteúdos exclusivos!

Cadastre-se e tenha acesso a conteúdos exclusivos e personalizados de acordo com o seu interesse!

x